sexta-feira, 19 de junho de 2009

Vida após vida

ontem li um texto uótimo, admiro pessoas q enxertam humor nas coisas sérias.
é uma crônica do Benvindo Sequeira, chamada 'Vida Após Vida':
"Sempre pensei que ia morrer cedo. A luta armada, a clandestinidade, aventuras, promiscuidade, orgias, riscos... Tudo me levava a crer que não chegaria aos 30 anos. Para quem tem 20 anos, quem tem 30 já é coroa. Tomei um susto quando vi-me vivo e saudável aos 30. Aos 40, percebi a possibilidade real da morte. No dia do meu aniversário quarentão, um jovem ator de 24 anos perguntou como eu me sentia: "Agora? De frente para a morte." Para minha surpresa, foi o jovem quem morreu logo depois.
Aos 50, apaixonei-me pela letra de Aldir Blanc na voz de Paulinho da Viola: "Aos 50 anos, insisto na juventude...", isso enquanto percebia meu ângulo peniano caminhando para os 90 graus. Mas, antes dos 60, a pílula azul alargou minhas possibilidades e possibilitou-me ver o sexo por ângulos mais estreitos.
Agora, estou além dos 60. Aos 40, rezava pela alma dos mortos, amigos e parentes. Nome por nome, eu pedia ao Senhor. Hoje, são tantos os que caíram, que apenas peço "pelos mortos em geral". E mais uma vez espanto-me por estar ainda vivo, e consolo-me no Salmo 91.7, que diz: "Mil cairão ao teu lado e dez mil à sua direita, mas você não será atingido." Mesmo confiando na Palavra, ainda assim caminho embaixo de marquises, pra São Pedro não me ver.
Ainda estou vivo, e pra quem pensou que morreria aos 30 descubro que existe vida após a vida. Mas o preço do viver é muito alto para o jovem de hoje: tem que comprar apartamento, arranjar um trampo, ganhar dinheiro, ficar famoso, comer todas, bombar no iutube, malhar, casar, ter filhos, comprar carro, estar bronzeado, conhecer tudo de web e ainda ir ao show da Madonna, entre outras miudezas.
Após os 60, você já está quite com tudo isso e pensa que vai viver em paz. Qual o quê: tem que tomar insulina, antidepressivos, rivotris, controlar a pressão, não comer açúcar, não comer sal, não fumar, não beber, se conseguir comer uma e outra já é uma vitória, tem que caminhar ao menos meia hora por dia, cuidar do joanete, dormir cedo,vender o apartamento, fugir da bolsa, não discutir no trânsito, não se alterar no caixa do supermercado, tolerar os filhos, agradar os netos, ficar calado diante da mediocridade, aceitar o salário de aposentado, ter o testamento em dia e curtir todas as dores ósseas, nervosas e musculares porque, se algum dia você acordar sem dor, é porque está morto.
Claro que o idoso tem suas vantagens: uma delas é a transparência. Quanto mais velho, mais transparente você se torna. Chega a ficar invisível: ninguém mais lhe percebe, mais um pouco e nem lhe enxergam. Mas pode passar à frente dos jovens nas filas todas, com aquele ar de superior: "Você é jovem e sarado, mas eu tenho prioridade." E ante qualquer aborrecimento ou dificuldade, você ameaça infartar ou ter um AVC. Funciona sempre, todos logo se tornam gentis e cordatos, e é garantia de muitas meias e lenços como presentes no Natal.
Lidando com a minha "terceira idade", ouço de meu psicanalista, o bom Luiz Alfredo: "Só há dois caminhos: envelhecer... o outro, muito pior." Prefiro envelhecer, aceitando cada minúsculo "sim" que a vida me dá com uma grande alegria e uma grande vitória.
Hoje, quando encontro vaga num elevador de shopping, quando o banco está vazio, ou quando encontro promoção na farmácia, já considero uma bênção gigantesca e agradeço a Deus pela graça alcançada.
Após os 60, como no filme de Brad Pitt, regrido na existência, deixo Paulinho e a viola de lado e reencontro Lupiscinio: "Esses moços, pobres moços, ah, se soubessem o que eu sei." Mas, se soubessem, não ia adiantar nada: porque a sabedoria é filha do tempo. Como diz o amigo Percinotto, também idoso: "O diabo é sábio, porque é velho."
Pelo andar da carruagem, percebo que já morri muitas vezes nesta vida, e que viverei até fartar-me.
* Bemvindo Sequeira é autor, ator e diretor de teatro e TV."

quinta-feira, 4 de junho de 2009

dia da criação... proposta

pronto... dei nome à criança, rs. um projeto para ser levado a sério (será?!!!), escrever um pouco todos os dias, todas as horas, sempre q tiver vontade, enfim. não apenas escrever, mas aprender a resumir e a separar, conforme o nome sugere. vou tentar... é uma nova maneira de me expressar, de falar 'de mim para comigo', rs. pra início, as definições das palavras q servirão para me manter atenta à proposta do blog: ser sucinta e menos ligada às histórias, preciso aprender.
extrato
[Do lat. extractu.]
Substantivo masculino.

1.
Coisa que se extraiu de outra.
2.
Trecho, fragmento:
extrato de um livro, de um documento.

3.
Resumo, síntese.
4.
Reprodução, cópia:
extrato de uma conta.

abstrato
[Do lat. abstractu, part. pass. de abstrahere, ‘separar de’; ‘abstrair’.]
Adjetivo.

1.
Resultante de abstração (3):
A coragem e o medo são conceitos abstratos.

2.
Que utiliza abstrações, que opera com qualidades e relações, e não com a realidade sensível:
pensamento abstrato; ciência abstrata.

3.
Que expressa uma qualidade ou característica separada do objeto a que pertence ou a que está ligada:
substantivo abstrato; As palavras pobreza e honra são abstratas.